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Budismo

A Origem e o Surgimento do Budismo por Dr. Marco A. Arantes


Há cerca de 2.500 anos atrás tinham início na Índia dois movimentos que determinaram, pelos seus pressupostos de igualdade, total emancipação e dignidade da pessoa humana toda uma reavaliação do homem enquanto indivíduo e como elemento partici pante da ordenação do universo. O Budismo e o Jainismo traziam consigo uma revisão dos valores impostos pelo Bramanismo então reinante na Índia, que impunham ao ser humano uma condição de absoluta passividade ante seu destino que se decidia ao arbítrio dos inumeros deuses e dos temidos e todo-poderosos sacerdotes, indispensáveis intermediários entre o homem e a divindade.

Fundado por Vardhamana (Mahavira), o Jainismo, que nos tempos atuais teve em Mahatma Ghandi um exemplar seguidor com a “resistência e a “não-violência”, é aqui mencionado apenas de passagem, e devido a coincidência histórica do seu surgimento juntamente com o do Budismo, em cuja aprectação nos deteremos um pouco mais sem contanto qualquer pretensão de explicá-lo ou definí-lo, visto que a própria visão que o Budismo formula do conhecimento questiona já de início o valor do didatismo, o simples amontoamento de dados informativos e que não determinem de imediato algum resultado positivo e iminentemente prático. Ou mais do que isso: Todo conhecimento, para ter qualquer valor além do meramente decorativo, já deve ser um resultado em si.

Empírico por excelência, o pensador Budista vê o exercício gratuito do pensamento, a teorização sistemática e a abstração que a nada o leva com profunda suspeita e como um aviltamento da inteligência. O próprio Sidarta Gotama lembrava que ao receber uma flechada a primeira coisa que ocorre ao indivíduo é arrancar de si a flecha que o fere, e não cogitar sobre a madeira com que foi feita ou sobre quem a teria disparado, ou porque o teria feito. Viver é um processo doloroso: a frustração, o medo, a doença, a morte, a separação, a tristeza são coisas que todos, mais cedo ou mais tarde acabamos inexoravelmente por conhecer. E não há de ser o cerebrinismo, a complicada tessitura das charadas metafísicas que curarão a dor que a vida traz consigo, e que é simplesmente a dor de se viver. O que preciso é arrancar a flecha, aqui e agora, lembrando que o nome do arqueiro é irrelevante e conhecê-lo, ao menos de momento, em nada nos ajudara. (Leia o Projeto na Integra).

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